Fotografia e suas potencialidades

A oficina de projetos e potencialidades propõe selecionar uma série de imagens de uma das pesquisas pessoais do fotógrafo, criar um título inicial para o projeto e escrever um resumo e discutir em grupo as possibilidades.


Oficina e curadoria: Carmen Negrão

Mateus Sá — Semente Xicão


“Semente Xicão” é o resultado de uma relação que iniciei com o Povo Xukuru do Ororubá no ano de 2000. Os Xukurus são um povo indígena de Pernambuco, no Nordeste Brasileiro. O trabalho carrega, além do valor documental, poesia, requinte estético e uma abordagem muitas vezes subjetiva, características que contribuem para uma melhor percepção desse universo. Como bem falou Paul Klee: “A arte não reproduz o que vemos. Ela nos faz ver”.

Marcielle Monize — Presente do futuro imperfeito


Fotografias produzidas ao longo do tempo observando as mudanças na paisagem, a série contém imagens a partir de 2011 aos dias atuais e são tiradas de caminhos percorridas pela fotógrafa Marcielle Monize. Os tempos verbais indicam o momento em que ocorre a ação transmitida pelo verbo. Indicam, principalmente, três momentos: o passado, o presente e o futuro.

Dariane Martil — Restos e rastros


No cotidiano algumas imagens capturam o meu olhar e me fazem pensar sobre a passagem da vida. Seja a passagem como vestígio da presença, percebida pelos objetos abandonados ou a passagem no sentido de finitude, quando de algum modo a vida é interrompida.

Giovane Ferreira — CA.TI.VO


Sufocando.
Sigo cavando.
Sigo fugindo.
Caindo eternamente em mim.


Este trabalho investiga as relações e tensões entre documento e a ficção, explorando o campo do autobiográfico na construção poética. O projeto gráfico faz uso de construções ficcionais, que se debruçam sobre minhas vivências, usando a própria compreensão da imagem documental como instrumento para legitimar a criação de tramas ficcionais.

Patricia Gouthier — RE.CORTE


Construir estruturas poéticas deslocando a fotografia impressa para a tridimensionalidade, expressando outras visualidades a partir de recortes e colagens manuais dos próprios registros fotográficos de cenas urbanas. Criar objetos imagéticos que despertem emoção no cotidiano das pessoas e que possam contribuir para a construção poética do mundo.

Ocupa Copa — Thallita Oshiro


Trabalho fotográfico realizado em 2018, durante a Copa do Mundo de Futebol em ocupações urbanas na cidade de São Paulo. No dia 1º de maio, o edifício Wilton Paes de Almeida, ocupado por famílias em situação de vulnerabilidade desmoronou. Os sobreviventes se instalaram por 101 dias em frente a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a ocupação foi batizada de Acampamento Raphaelly Vitória da Silva Ribeiro, em homenagem a recém nascida que não resistiu ao parto no local. Brasil 2 x 0 Costa Rica.

Juliano Barbosa — RECICLARE


Um ensaio documental, para mostrar um dos processos da reciclagem de resíduos sólidos, que é o dia a dia no ferro velho. Com essas imagens podemos imaginar que cada objeto tem um histórico de sua existência antes de chegar até ali. Um projeto que nos faz enxergar o trabalho dessas pessoas, às vezes ainda tão marginalizado.

Soraya Venegas — PANDEMIA 1


Como diria McLuhan, os meios de comunicação são extensões do homem. Durante o período mais duro do isolamento social em função da pandemia de covid-19, o smartphone, sempre colado ao corpo, funcionou como extensão dos meus olhos num processo de estranhamento do familiar, observação das diferentes nuances de luz ao longo dos dias e estações do ano e mergulho no espaço doméstico em busca de novas possibilidades expressivas.

João Batista de Souza — Quanto tempo duram as maçãs?


...o rastro é a presença de uma ausência e ausência de uma presença.


A ideia do projeto surgiu a partir de uma conversa familiar onde, após relatos de como seu deu o processo de casamento dos meus pais, constatamos que devido a uma série de percalços não existiam registros de fotos da cerimônia bem como uma ausência de registros fotográficos de períodos anteriores e durante o período que conviveram juntos.


A partir da revisitação de arquivos físicos e de memórias e lembranças, o projeto tem como ideia remontar, a partir de fragmentos e rastros, esta história familiar. A materialização do ensaio será a publicação em formato de livro.


As 3 imagens disponibilizadas fazem parte do capitulo inicial – O casamento.

Pedro Clash — Diálogos Telepáticos


Diálogos Telepáticos retrata a solitude do individuo ao mesmo tempo que instiga a pensar o isolamento, a coexistência com o outro e com os espaços que estamos inseridos. Pensar na leveza das coisas e na construção das relações de forma mais lúdica e contemplativa. Ainda que os diálogos possíveis muitas vezes ocorram apenas
na intimidade do pensamento.

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